segunda-feira, 9 de maio de 2011

Devaneio



Começa com um papel em branco e uma caneta na mão. Para agravar a situação tem alguém falando algo difícil de prestar atenção.
Se, correndo o olho ao redor, aparece algo pedindo para ser desenhado, então está consumado! É inútil resistir.
O problema é que começa com um rabisco modesto e despretensioso no canto do papel. Pois aquilo que pede para ser desenhado não tem a simpatia de verificar antes se a mão que segura a caneta tem habilidade suficiente para reproduzir os seus traços. Então começa com uma tentativa modesta no canto do papel. No canto, pois imagine que desastre seria se o desenho não desse certo e inutilizasse o papel inteiro! (o qual geralmente é o único disponível no momento). Começa no canto e vai tomando forma, vai crescendo. E quando dá certo... Quando dá certo fica pela metade, pois começou no canto da folha.

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